Teologia

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O ROMPIMENTO DA UNIÃO COLUMBIA COM A ASSOCIAÇÃO GERAL LEVARÁ A IASD A FRAGMENTAÇÃO?



Ricardo André

A Igreja Adventista do Sétimo Dia desde seu surgimento como movimento profético, em 1844, sempre foi caracterizada por manter a UNIDADE perfeita da fé e da doutrina. Ou seja, o que cremos e pregamos hoje no Brasil é o mesmo crido e ensinado pelos adventistas nos mais de 200 países em que está pregando o Evangelho Eterno (Ap 14:6-12). Ela possui aproximadamente 18 milhões de membros ao redor do planeta. Indubitavelmente, este crescimento é decorrente da unidade da fé, dos princípios da Igreja em Cristo Jesus. Sim, este é o segredo do crescimento do Adventismo no mundo!

Entretanto, nestes últimos dias um fato vem ameaçando esta unidade peculiar da Igreja remanescente: a União Columbia que faz parte da Divisão Norte Americana rompe com a Conferência Geral. Este triste e preocupante fato é relatado e comentado pelo Pr. David Gates, presidente da Assistência Adventista para América Central e África. O mesmo relata o que está acontecendo com a Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos e Europa. Você pode assistir o vídeo por este link: https://www.youtube.com/watch?v=56Uh8vzfRw8

A causa básica do rompimento foi a ordenação das mulheres que foi aprovado nesta União, sem a aprovação da Igreja Adventista Mundial, "a Conferencia Geral”. Contrariando, inclusive, o estabelecido nas Sessões da Conferência Geral em 1990 e 1995, onde o tema foi um dos principais enfoques da delegação internacional.  Num nítido ato de desrespeito à organização da igreja, a referida União aprovou uma moção que permite a ordenação pastoral sem definição de gênero, esta ação já é planeada por outras uniões.

O Pr. Ted Wilson, presidente mundial da IASD, estava presente nessa conferência e reafirmou o apelo solicitando aos delegados da Conferência da União da Columbia que não prosseguissem com o movimento, mas aguardassem o estudo que será realizado até 2014 sobre o assunto. Ele também disse:

“Eu venho a vocês hoje, porque eu me preocupo com questões de consciência”; Eu venho a vocês porque eu me preocupo com a unidade da igreja em geral. Há muitas consequências graves que [irão] resultar se vocês votarem positivamente. Não estou ameaçando vocês de qualquer maneira. Eu estou apenas apresentando os fatos que, quando uma organização se movimenta de forma unilateral, que irá conduzir à fragmentação e desunião. Não votem a ação sugerida antes… fiquem em harmonia … e não se ramifiquem de forma independente.”

A liderança mundial dos adventistas do sétimo dia lançou um “apelo à unidade para as unidades administrativas regionais da igreja que já tiveram ou estão considerando ação independente em relação à ordenação de mulheres para o ministério evangélico. O pedido veio em um comunicado divulgado em resposta a ações de algumas regiões administrativas, incluindo duas na América do Norte.

As regiões administrativas, elementos constitutivos fundamentais da Associação Geral (AG) da Igreja a nível mundial, indicaram tanto o desejo de ordenar mulheres como o de tomar medidas independentes que permitam tais ordenações em seus territórios.
O apelo foi elaborado num documento (ver http://archives.adventistreview.org/article/5488/archives/issue-2012-1518/18-cn-an-appeal-for-unity) e unanimemente aceito por consenso pelos oficiais da Associação Geral, um grupo de 40 líderes titulares da Igreja, incluindo os 13 presidentes de sedes maiores chamadas de divisões, que também servem como vices-presidentes da Associação Geral. 

Os líderes mundiais adventistas, nesse documento, disseram “apelar sinceramente” às regiões administrativas que:

1. Operem em harmonia com as decisões da Igreja a nível global;

2. Evitem qualquer ação independente contrária às decisões tomadas pelo organismo mundial da Igreja em 1990 e 1995;

3. Comuniquem a seus membros as implicações da ação independente para o bem-estar da denominação a nível global;

4. Empenhem-se ativamente na discussão global corrente sobre a prática da ordenação programada para ser definida em 2014 e 2015.

Certa vez, o Pastor D. M. Canrigt expressou, em carta, ao então presidente da Associação Geral – Pastor G. I. Butler – sua determinação de abandonar pela terceira e última vez a Igreja, recebeu da irmã Ellen G. White a seguinte mensagem:

“Tive um sonho impressionante na noite passada. Pensei que o irmão estivesse num navio solidamente construído, navegando em águas muito agitadas. Por vezes as ondas passavam por cima ,e o irmão ficava completamente molhado. Dizia: “Vou descer deste navio; ele vai afundar.” “Não”, dizia alguém que parecia ser o comandante, “este navio vai entrar no porto. Nunca há de afundar”. Mas o irmão respondia: “Eu serei arrebatado pelas ondas. Como não sou comandante nem piloto, quem se importará? Vou tentar aquele navio que o senhor vê lá adiante. ”Volveu o comandante: “Não o deixarei ir para lá, pois sei que aquele navio vai dar contra os rochedos antes de chegar ao porto.” O irmão se ergueu, ereto, e disse com toda positividade: “Este navio vai tornar-se um destroço; vejo isso com toda a clareza.” O comandante fitou-o com olhar penetrante, e disse firmemente: “Não permitirei que o senhor perca a vida, tomando aquele navio. O madeiramento de sua estrutura está roído de bichos, e é um navio enganoso. Se o senhor tivesse mais conhecimento, discerniria entre o espúrio e o genuíno, o santo e aquilo que se destina à ruína completa.” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 216).

Este sonho da serva do Senhor é muito alentador e enche-nos de esperança. A Igreja de Deus é vista como se estivesse singrando as águas agitadas da crise dos movimentos dissidentes, das decisões independentes das instituições da igreja, das apostasias, das rebeliões, que parece ser uma embarcação frágil a ponto de naufragar. Mas, por meio deste sonho dado a Ellen G. White, o Senhor, que é o comandante, garante que essa embarcação não vai afundar. Ela chegará ao porto seguro.

Anos mais tarde, em um artigo publicado na Review and Herald, de 20 de setembro de 1892, a irmã Ellen G. White explicava as razões que justificava sua confiança inquebrantável no êxito desta viagem:

“Não necessitamos duvidar nem temer de que a obra não avançará. Deus está à frente (...) e porá tudo em ordem. (...) Tenhamos fé de que o Senhor guiará com segurança ao porto a nobre embarcação que conduz o Seu povo”.

Louvado seja Deus! Como é confortante que Deus está ao leme!! Tempestades, conflitos e dissidências, provocados por Satanás, sacodem por vezes a estrutura da igreja, trazendo a muitos temor e insegurança. Mas, acredito profundamente que Cristo é o hábil Timoneiro que está conduzindo com mão firme e segura a nave adventista em meio às agitadas ondas, rumo ao seu glorioso destino além do rio.






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